sábado, 15 de outubro de 2011

Sexta feira, azar e muita merda

O ruim de morar longe do trabalho é que você se fode para chegar lá. Ainda mais se for um fudido que não tem carro nem moto.

E eu sou um desses. Duas horas para chegar ao trabalho, e em dias de chuva então isso só piora.

E hoje foi um desses dias. Aquele típico dia que você não deve sair de casa. Mas fazer o que, temos que comprar o leite das crianças.

Justo na hora que estou saindo de casa começa a chover forte. Desde as 5 da manhã estava sem chover, mas na hora em que vou sair São Pedro resolve foder com meu dia.

Quando estou chegando no ponto passa meu ônibus. Ok, vou para o próximo ponto, pois assim tenho mais chances de pegar o ônibus, já que passam por lá duas outras linhas. E quando estou chegando nele o que vejo saindo do ponto? O outro ônibus que deveria ser o meu.

Saio correndo na esperança de ainda alcançá-lo, mas como todo motorista de ônibus é féladaputa ele ignorou meu desespero e foi embora.

Droga. Atrasado! Justo hoje que não posso chegar atrasado. Finalmente consigo pegar o ônibus, vazio! Parece que meu dia vai melhorar.

Sento bonitinho lá, esperando que sente uma mulher esbelta e cheirosinha, que vai ser uma companhia agradável durante a viagem.


É pedir demais que fosse uma dessa?

Mas então sobe um cara usando um daqueles casacos plásticos de motoboy, todo molhado. E onde o filha da puta senta? Bem ao meu lado! Nada como viajar com cheiro de cachorro molhado do lado, e pior, com esse cheiro grudando em minha roupa.

Na hora de pegar o trem, lotado. Dane-se! Tenho que ir nesse! As portas se abrem e sinto aquele ar quente escapando.

Trem lotado + janelas fechadas por causa da chuva + gente molhada fedendo a cachorro molhado = inferno na terra.



E graças a chuva, o trem andou mais lento que o normal. Depois de um bom tempo na sauna canina desço do trem e saio correndo. Se eu correr muito ainda chego a tempo.

Chovendo forte. Abro o guarda chuva e vou. Mas como está ventando muito, o guarda-chuva vira do avesso. Deve ter sido uma cena linda, o gordo andando na rua e de repente flop! O gordo se molha, o guarda chuva parecendo um cone juntando água.



Arrumo o bicho e continuo. Um vento forte do cacete e o guarda-chuva se arreganha todo de novo. Dessa vez as varetas quebram. Já era meu guarda-chuva.

A raiva era tanto que tive vontade de gritar e bater ele no poste mais próximo. Mas a cena já era patética demais por si só.

Agora eu tinha um dilema. Esperar a chuva passar, com o risco dela não passar e ainda assim chegar atrasado e molhado, ou tentar chegar na hora, mesmo que pra isso eu vá me molhar todo.

Ok, já ganho pouco e descontarem mais ainda não é uma boa idéia. Saí correndo na chuva que nem um maluco.

No meio do caminho, pra fechar com chave de cocô a maravilhosa manhã, um féla da puta, todo bacanão com seu carro, faz questão de passar em cima de uma poça e me molhar todo. Espero profundamente que ele tenha batido o carro e morrido queimando lentamente e de maneira cruel



Finalmente chego no trabalho, molhado da cabeça aos pés, puto da vida, e alguém ainda vem me perguntar por que estou bravo. Disseram que eu deveria me animar, já que era sexta-feira e dia de pagamento!

Olha aí que beleza! Sexta feira e ainda dia de pagamento! O que mais eu posso querer? Tô tão feliz que vou pegar meu próprio cocô e passar na cara e sair gargalhando de felicidade! E vou tacar cocô nas pessoas também! Passar na cara delas e fazer pinturas de guerra! Olha que lindo!



Vamos brincar de ser indiozinhos de merda! Olha que felicidade! Fazer uma fogueira e cantar kumbaya.

Como já dizia o Allborgueti...

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