Ano novo chegando e surge a oportunidade de ir à praia com meus amigos. Mas dessa vez não seria como no ano passado, em Itanhaém, aquela praia de fudido. Dessa vez seria em Santos, a mesma praia que fui no carnaval.
Quarta-feira, malas prontas, pronto para a viagem.
Após sete horas dentro de um carro, tendo que aturar vendedores de água e biscoito de polvilho na estrada, motoristas estressados e motoboys malucos, chegamos ao destino. Dormi um pouco e no dia seguinte estava pronto para a praia.
A água do mar é um grande banheiro. Por mais que você tente, uma hora vai entrar água na sua boca ou vai engolir um pouco dela. Por isso não pare para pensar no fato de que ninguém vai ao banheiro quando está na praia. Até cocô já vi boiando.
À noite fomos jantar em uma padaria, a única aberta devido a véspera de feriado. Em uma mesa havia um grupo de velhos. Até aí normal, mas quando eles se levantaram para ir embora notei que um deles estava usando fio dental. Quase coloco para fora minha refeição ao ver a bunda murcha com uma pequena tira de tecido enfiada no rego.
Voltamos para o apartamento e depois de uma rápida troca descemos para a festa da virada.
Após a queima de fogos, a melhor que já vi até hoje, fizemos todos os rituais do ano novo: usei branco, amarelo, verde, todas as cores possíveis para ter sorte nesse ano. Depois fomos dar umas voltas pela praia e participar das festas que aconteciam em várias tendas.
Após beber muito e aturar meu amigo dançando marchinhas de carnaval fizemos uma parada para comer.
Optamos por um lanche que mataria qualquer um de colesterol só de olhar. Imaginem um X-Tudo, mas sem o pão. Tudo o que vem no lanche é servido em uma bandeja, capaz de matar a fome de três pessoas. Uma montanha de carne, bacon, queijo, calabresa, ovo, vinagrete...
Depois de comer, hora de descansar e dormir. Mas no dia seguinte nossos planos foram pelo ralo com a forte chuva que caía. Ficamos presos no apartamento, então o que fazer? Beber! Passamos o dia bebendo e vendo TV.
À tarde encaramos a chuva e fomos até um restaurante, o único aberto no feriado, onde fomos atendidos por um garçom doidão.
Quando a noite chegou eu já estava em um estado de dar pena. A bebida transforma a pessoa. Eu já estava descabelado, barbudo, bebia cuba livre e cantarolava "lança cuba quero ver cu balançar..."
Se no Natal empilhei latinhas de cerveja em uma bela pirâmide, dessa vez não foi possível. Afinal, garrafas são difíceis de se empilhar.
De repente começa a subir uma fumaça. Aquele cheiro familiar. O vizinho de baixo estava puxando aquele baseado.
O pessoal que já estava bêbado, ao cheirar a fumaça do Bob logo começou a rir à toa, e a falar muito mais merda.
Tempo fechado no dia seguinte. À noite começamos a ouvir um casal quebrando o pau. Dava pra ouvir os gritos:
- Pega a sua filha e vai embora daqui!
- Não vouuu!
- Pega suas coisas e vai embora, sua filha da puta! Eu não tenho mais saco! Some daqui!
- Aaaaahhhhhh!
As meninas, como toda mulher, já estavam debruçadas na janela, mas não eram as únicas. Em todas as janelas do prédio apareciam cabecinhas tentando ouvir mais da briga. Isso rendeu boas risadas o resto da noite.
No dia seguinte, finalmente sol e praia. Mas como alegria de pobre dura pouco, com o pôr-do-sol veio a hora de voltar à dura realidade, voltar a São Paulo.
Mas 2010 começou bem. Que o resto do ano seja assim.
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