sexta-feira, 7 de agosto de 2009

Feiras, pobres e pastéis

Feira de rua. Desde que me conheço por gente frequento esse lugar. Uma feira nada mais é do que uma rua, geralmente aquelas em que o povão costuma passar, onde são montadas barracas em que se vende de tudo. Claro que existem feiras burguesas onde tudo é embalado, etiquetado e organizado. Mas vamos falar da feira de pobre fudido.
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Assim deveria ser uma feira...
Eles costumam chegar logo cedo, geralmente aos domingos, com os caminhões carregados, montam suas barracas e esperam a dona de casa acordar de manhã para se enfiar na multidão e comprar frutas e legumes mais baratos.

E isso pode se tornar um terrível desafio: um bando de pobres amontoados brigando para ver quem pega a melhor banana ou melhor laranja.

Em uma feira é possível encontrar de tudo. Tem o básico, que são as barracas vendendo frutas e legumes, mas já vi tiozinhos que consertavam panelas na base da marretada, vendedores de temperos moídos na hora em um moedor manual que faz "nhéeec nhéeec", tiras avulsas de chinelos, tapetes, (in)utilidades domésticas, dvds génericos "trêis pu dérral", peixes (por sinal a barraca que mais fede), pintos coloridos, enfim, qualquer coisa é vendida na feira (até mãe se duvidar).
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Pode se achar de tudo na feira...tudo mesmo!

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Uma exclusiva geladeira só encontrada em feiras...

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Pintos mutantes coloridos

E é sagrado a barraca de pastel. Uma feira sem barraca de pastel não é uma feira de verdade
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Às vezes elas variam e ganham um upgrade do caldo de cana, que sob um sol de 30°C após comer dois pastéis é mortal. Pode fazer um ser humano desmaiar e quase morrer queimado no óleo quente (falo por experiência própria)
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Nada como ver os pobres com seus filhos que não calam a boca pedirem "três pastéus" com caldo de cana, entupirem o pastel com aquela vinagrete, já murcha e meio preta, para render mais. Na primeira mordida aquilo pinga na roupa e as crianças, com o nariz escorrendo, catam a carne moída do pastel e comem uma por uma... Realmente não é uma cena bonita.
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Pobre aprovando o pastel

Já os vendedores são um caso à parte. Comediantes por natureza, riem da própria desgraça de estarem ali e tentam xavecar qualquer coisa que se pareça ou lembre uma mulher, mesmo que não seja uma. Como se fosse fácil conseguir sexo utilizando laranjas.
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Às vezes acontecem brigas na feira. Seguindo o mesmo princípio de uma liquidação de final de ano nas Casas Bahia, pobre que é pobre tem vocação natural para sair se matando quando encontra produto barato em algum lugar qualquer. Se você quiser ir a uma feira de domingo, tenha o máximo cuidado com o público, caso pretenda sair inteiro. Cotoveladas e até uma faca de cozinha são úteis.
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Como é um povo refinado e educado, passam com o carrinho por cima do seu pé, pode acontecer de um enganchar no outro e começa uma discussão.

Foi na feira tambem que perdi a fé na humanidade. Após dar dinheiro para um aleijado no começo da feira, e depois ver o féladaputa em PÉ comendo pastel na barraca em que eu ia. Depois disso nunca mais fiz caridade.
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Feira também é um local para colocar a fofoca em dia, é incrível como o povo gosta de conversar enquanto você esta contando as frutas que está pegando:

"Olha isso! Essas laranja tão muito pequena! E olha...olha... nem doce tá" enquanto rasga a laranja com as mãos e come um bago.
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Aliás, isso é um lado bom. Pode ir faminto na feira que enquanto compra, pode comer com a desculpa de "provar" a mercadoria para ver se está boa.

Pena que elas estão cada dia menores e sumindo aos poucos. Frequentar esse tipo de ambiente saudável forma o caráter de uma pessoa.

Um comentário:

  1. Na feira daqui tinha uma barraca de fumo de corda oO tinha raiva dela pq ficava bem do lado da barraca de pastel e o fumo fedia a merda u.u

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