quinta-feira, 11 de junho de 2009

Casamento


Ah...o sagrado matrimônio! A união entre o homem e a mulher! Um momento de felicidade eterna para a mulher! Sim, só pra ela! Não é a toa que o homem casa de preto e a mulher de branco.

Mas meus amigos Ryamada e Nabiki iam se casar, era inevitável, a primavera havia chegado.

E quando recebi o convite, ouvi as trombetas do apocalipse soando. Ainda bem que não fui escolhido para ser padrinho. Porque ser padrinho é complicado, a pessoa não sabe se fica feliz porque o casal o considera muito ou triste porque vai arrumar uma divida pro resto da vida.

As vezes o casal já se separou e você ainda esta pagando o presente. Mesmo assim eu estava perdido, afinal casamento exige um traje mais formal, um terno! Terno...a única vez que usei um foi quando tirei minha foto para a reservista, com 17 anos usando um terno que era quatro números menores e só abotoava o pescoço.

Porque as pessoas não colocam no convite algo do tipo "Convite para a boca livre do casamento de Rya e Nabiki. Sua presença será nosso presente. Traje: Moleton"

Após uma épica busca no mundo bizarro da moda. A minha sorte é que tinha minha consultora particular de moda, que me ajudou nessa busca cruel.

Chegando na igreja, de terno novo e lá estava meu amigo Ryamada ao lado de um sujeito que lembrava um mordomo fúnebre.

Me acomodei com meus amigos Shads, Mione e Ranma e fiquei observando. Um dos convidados era da Yakuza, um tiozinho de terno preto com óculos escuro e uma aura negra que dava medo. Tivemos inclusive um sósia (se não o próprio, nunca se sabe...) Harry Potter!

Então começa o casamento! Não sei porque casamento me dão sonos. Não me entendam mal, casamento é uma coisa linda. O juramento, as roupas. Acho que a idéia daquele terno alinhado é o ponto de vista da mulher de que "os homens são todos iguais, porque não vesti-los assim?"

Por isso pra mim o casamento é a união de uma noiva linda, exuberante, e um cara lá. O terno na verdade é um dispositivo de segurança, criado pelas mulheres, porque elas sabem que não da pra confiar em um homem. Se o noivo cair fora, basta pegar um outro qualquer de terno e pronto!

É por isso que o juramento não é "Você aceita Ryamada..." e sim "Você aceita este homem..."

O padre parecia o Nelson Ned, inclusive no tamanho! Entra o noivo e em seguida a noiva ao som de 2001 uma odisséia no espaço! Me lembrei dos macacos, e por uma minuto achei que iriam todos imitar macacos numa batalha por comida, mas infelizmente não rolou.

Após todas as juras, assinaturas de contrato o casal se beija e saem da igreja ao som daquela musica do danoninho, que só atiçou minha fome, já que não tinha comido nada.

Ao chegar na festa, sentamos na mesa reservada com mais um casal de amigos da noiva, que chamarei de gorda alcoólatra e cesta de frutas, pois não lembro o nome deles.

O que não entendo nessas festas é pra que o buffet?

Porque não colocam umas caixas de cerveja, um panelão com comida, umas bebidas na mesa e se virem! Vão e comam! O pior nessas festas chiques é fingir naturalidade numa mesa com 10 talheres de cada lado do prato! E todo mundo fica disfarçando, como se tivesse morado a vida inteira no Castelo de Windsor.

Sempre são aquelas mixarias...eu morrendo de fome e o garçom me traz uma torradinha com patê, quase bati nele e roubei a bandeja.

O bom que tinha bifê, aquele bando de perua rica na fila, com o prato na mão, parecendo que estão na fila do sopão da cruz vermelha.

E pra ajudar tinha crianças. Não que eu não goste delas, mas não gostei de uma em especifico, uma criança gorda, remelenta que ficou me desafiando enquanto me encarava e mastigava de boca aberta, que me fez lembrar todas as torturas usadas na
inquisição.

Enquanto meu amigo Shads tinha uma crise de tosse e quase morria eram distribuídos óculos em forma de coração, pulseiras e acessórios gays. Eu como já estava no meu segundo copo de Whisky aceitei numa boa, vamos para a pista!

Como toda festa tocou o repertório gay: Glória Gaynor (não tem quem não solte a franga nessa) Ymca entre outras. Depois foi a vez das velharada requebrar ao som de Roupa nova. Passando pelos anos 50, onde tentei em vão dançar, o dance de embalos de sábado a noite (que me rendeu uma dor infernal no joelho ao tentar imitar um passo de John Travolta) e depois decaiu para axé, eletrônico e finalmente o decadente funk do pica pau.

Mas enquanto rolava a festa meu destino foi traçado. O primo da noiva me vem com a proposta de fazer a tradição mais odiada por quem vai em um casamento: A hora da gravata.

Era preciso alguém sem vergonha nenhuma, que vendesse sua alma ao diabo e se sujeitasse a ser o cara mais odiado do lugar.

Como eu já havia vendido um rim para pagar o terno, pensei com meu amigo cérebro "Bem...se eu for o cara da gravata, não terei que contribuir com a gravata, o que provavelmente evitara a venda do meu outro rim ou um teco do fígado"

E como uma puta paga vendida aceitei ser o cara da gravata.

E nada como ameaçar alguém com uma tesoura em troca de dinheiro. E eles dão o dinheiro sorrindo em troca de um teco de gravata que não vale nem 1% do valor que estão dando. Agora sei como políticos se sentem.

Isso sem contar o sapato da noiva. (Cérebro: Querem uma dica? Casem com uma mulher do pé grande.)

Enquanto isso rolou o buquê. A hora em que mulheres desesperadas em busca de um marido arriscam tudo na esperança que aquele arranjo de flores traga isso a elas, nem que para isso tenham que arranhar, puxar cabelos e mesmo socar alguem. O pior é o papinho antes do buquê: "Ai quem é a próxima? Quem vai ser a próxima? Ai você é a próxima...". Você nunca vai ouvir isso num velório.

Depois que acabou o casamento emendamos o aniversário da minha amiga Fran, a minha estilista. Seria em um bar de Snooker, então porque não ir até lá e aprender a jogar.

Pegamos um táxi, até tentei puxar assunto com o motorista mas o maximo que respondia era sim, não...depois fui descobrir que tava parecendo uma Drag queen do inferno com os óculos de coração na cabeça.

Após a vergonha que foi o jogo, afinal meus amigos sabiam jogar sinuca, já eu, Shads e Mione...

Mesmo assim conseguimos matar uma bola cada um! Shads com seu "Game Shark" e sua técnica que lembrou Mr. Bean, Mione que quase cavou um buraco na mesa e eu que estava mais vesgo que o batoré, mas posso colocar a culpa na bebida.

Quando fomos expulsos do local (mais uma tradição mantida) acabamos vagando sem rumo pelas estações de metro, tomando um café num pão de açucar abandonado.

Shads sobreviveu a noite, se recupera da sua gripe suina com seu ursinho Ted e em breve estará jogando novamente.

Mione voltou para casa após uma madrugada fria.

Ryamada esta com Nabiki em lua de mel em alguma ilha do caribe gastando a grana da gravata e do sapato e o veremos em breve.

Ranma voltou para casa com sua mãe e mantem segredo sobre a verdadeira origem de seus amigos esquisitos para sua mãe, que teria um infarto se soubesse

E eu? Bem, essa é outra historia...

3 comentários:

  1. pior é ver os noivos saindo da igreja ao som daquela música "aléééém do arco-íííris.... la-la-la..." e lembrar do salad fingers o.o

    http://www.fat-pie.com/salad2.htm >>> olha q coisa mais romantica :P

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  2. hm... como q poe link nesse troço? >_>

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  3. Este comentário foi removido pelo autor.

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